"Um momento triste para o mountain bike dinamarquês": a federação dissolve a seleção nacional para economizar custos
A demissão dos treinadores Mads Bodker e Benjamin Justesen deixa sem estrutura uma geração que havia colocado a Dinamarca na elite mundial do XCO com nomes como Simon Andreassen, Sebastian Fini, Caroline Bohé, Sofie Pedersen ou Malene Degn.
Dinamarca fecha sua equipe nacional de MTB e demite seus dois treinadores para economizar 130.000€
A Federação Dinamarquesa de Ciclismo (DCU) anunciou a dissolução completa de sua seleção nacional de mountain bike, uma decisão motivada pelos graves problemas econômicos enfrentados pela instituição. O movimento implica a demissão dos dois treinadores nacionais, Mads Bødker e Benjamin Justesen, e o fim do financiamento para concentrações, atividades de equipe e competições internacionais.
Segundo explicou o diretor da DCU, Niels Bo Daugaard, a medida permitirá uma economia de aproximadamente 1 milhão de coroas dinamarquesas (cerca de 130.000 €). No entanto, ele reconhece que se trata de uma solução de emergência:
"Nossas receitas caíram drasticamente e os custos aumentaram. Não fomos capazes de gerar recursos condizentes com o nível esportivo alcançado", afirmou.
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Dessa forma, os ciclistas dinamarqueses que competirem em Europeus, Mundiais ou Olímpicos terão que arcar com os custos por conta própria, embora possam continuar vestindo o uniforme nacional. Na prática, figuras como Albert Withen Philipsen, Simon Andreassen ou Sebastian Fini terão que se financiar de forma privada se quiserem manter seu calendário internacional.
Uma decisão que abala o MTB dinamarquês
A notícia causou profundo desconforto no ambiente do ciclismo dinamarquês. Entre as vozes mais críticas está a de Malene Degn, recém-aposentada da Copa do Mundo XCO, que expressou sua indignação nas redes sociais. Degn lamentou que, após 15 anos de trabalho que colocaram a Dinamarca entre as potências do mountain bike mundial, a federação tenha "jogado por terra tudo o que foi construído" com o fechamento do programa nacional.
Em sua publicação, a ex-ciclista enfatizou que "o problema não é resolvido cortando uma equipe que produziu campeões mundiais" e alertou sobre as consequências que essa decisão terá no desenvolvimento de novas gerações. "O talento não surge do nada", lembrou, "requer investimento, tempo e pessoas que acreditem no projeto".
Daugaard reconheceu que a situação econômica do organismo é pior do que se pensava inicialmente e que o corte não encerra a crise, apenas a adia. "Para 2027, precisaremos novamente desse milhão que hoje reduzimos. Se não conseguirmos novos patrocinadores, será impossível manter estruturas competitivas no futuro", alertou.
A decisão de concentrar os ajustes no mountain bike foi tomada, segundo explicou, para evitar que a redução afetasse também estradas, pistas ou BMX. Ainda assim, a federação não descarta enviar seleções reduzidas para próximos campeonatos internacionais, como já aconteceu no último Mundial de XCO em Ruanda, onde a Dinamarca só apresentou seus atletas de elite.
O fechamento da equipe nacional é um golpe duro para um país que nos últimos anos tem sido referência na formação de talentos, com títulos mundiais e europeus em categorias de base e um crescimento notável do mountain bike a nível amador.
Enquanto a DCU busca soluções financeiras, a mensagem de Malene Degn resume o sentimento geral: "É um momento triste para o mountain bike dinamarquês... e, sendo honestos, para todo o ciclismo da Dinamarca".