Meio milhão para os homens e 85 mil para as mulheres, filtrados os salários médios e orçamentos do WorldTour

Que o ciclismo é um esporte cada vez mais caro não é algo surpreendente para aqueles que acompanham regularmente este esporte. Agora, após a realização do seminário anual do UCI World Tour há alguns dias, o jornal italiano Gazzetta dello Sport, que teve acesso aos números, publica um relatório com os dados dos orçamentos que são manejados no ciclismo.

Confirma-se o encarecimento do ciclismo

Manter uma equipe de ciclismo requer cada vez mais dinheiro. Isso não surpreende ninguém. No entanto, agora conhecemos esse dado com números concretos. A soma dos orçamentos de todas as equipes World Tour chega a 570 milhões de euros, um montante que cresceu 33% desde o ano de 2022.

Por outro lado, as equipes femininas somam um total de seus orçamentos de 70 milhões de euros, embora, neste caso, o crescimento desde 2022 seja muito mais significativo, tendo dobrado neste período de tempo.

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No entanto, chama a atenção que enquanto nos anos anteriores o crescimento foi bastante linear, para o próximo ano o aumento é muito mais significativo, subindo, no caso do World Tour Masculino, 12,5% de uma vez. Algo semelhante acontece no Pro Tour, onde a presença de equipes como a Israel Premier Tech tem causado um encarecimento que colocará a soma dos orçamentos das equipes da categoria em 149 milhões de euros.

Aumentos nos orçamentos no seio do World Tour atribuídos ao desembarque de patrocinadores mais poderosos. Se alguns anos atrás foi a INEOS quem causou impacto, agora é a UAE que traz o poder dos petrodólares, nos últimos anos testemunhamos a chegada de marcas como Red Bull e Decathlon. Além disso, no próximo ano é esperada a chegada do fabricante chinês XDS Carbon Tech também com uma forte aposta para elevar o nível da Astana.

O preocupante é a desigualdade que esses superpatrocinadores estão gerando, o que também possibilita um aumento na desigualdade salarial, já que essas equipes podem atrair os melhores ciclistas pagando-lhes muito mais do que receberiam em outras equipes World Tour. Isso pode ser visto consultando a lista dos ciclistas mais bem pagos do mundo. Enquanto os 10 ciclistas mais bem pagos recebem entre os 2,5 milhões de euros que Carlos Rodríguez ganha ao salário estratosférico de Tadej Pogacar que chega a 8 milhões por temporada após sua recente renovação, o salário médio do ciclista fica em 500.000 €. Por outro lado, no ciclismo feminino, não parece ter havido um aumento na média salarial, com as ciclistas recebendo em média 85.000 €, o que implica que o aumento nos orçamentos provavelmente foi destinado à consolidação das diferentes estruturas das equipes.

Isso faz com que continuem sendo ouvidos pedidos para estabelecer algum tipo de limite salarial que garanta a igualdade entre as equipes.