Sou cicloturista, o que o medidor de potência pode fazer por mim?

Autoestrada 30/04/22 18:36 Guilherme

Quando ouvimos falar de medidores de potência, logo vem à mente alguma etapa do Tour de France com corredores tentando espremer ao máximo.

O medidor de potência no ciclismo

Vamos nos afastar da imagem daquele ciclista que participa das marchas com foco puro na corrida para focar no perfil mais comum que podemos encontrar nas estradas. Aqueles ciclistas que não seguem um treino programado, limitam-se a andar de bicicleta enquanto as suas obrigações o permitem e não estabelecem metas para além de terminar uma determinada prova, umas férias percorrendo montanhas que aparecem na TV ou chegar com os primeiros as cervejas após o passeio com seu clube aos domingos.

Por outro lado, o uso de medidores de potência, até poucos anos reservados para quem treinava e competia devido ao significativo gasto envolvido em sua aquisição, vem se democratizando graças à disponibilidade no mercado de modelos cada vez mais acessíveis e sua inclusão como um componente de serie em algumas bicicletas de alta gama.

O que os watts contribuem?

O número que vemos na tela do ciclocomputador nada mais é do que uma medida direta do esforço que nossas pernas estão fazendo para movimentar a bicicleta naquele momento. Uma medida que não é afetada por valores externos, como ocorre com a frequência cardíaca, que ainda é o dado utilizado pela maioria dos ciclistas do perfil que indicamos no início.

A frequência cardíaca varia com a adaptação ao treino, temperatura ambiente, hidratação do ciclista ou fadiga acumulada. Além disso, com a medição de potência obtemos uma medição instantânea do esforço, ao contrário das pulsações que demoram um certo tempo para responder a mudanças de intensidade.

Para caso do cicloturista, o que realmente nos interessa é que 200 watts são sempre 200 watts, quer faça calor ou frio, quer estejamos no início ou no fim de um percurso.

Medir os esforços

Assim chegamos a esse duro percurso repleto de serras para os quais os companheiros do grupo te enrolaram. É dada a largada e se lançam como se prova fosse acabar ao virar da esquina. Como você está fresco, você se deixa levar pelo turbilhão e sobe a primeira serra do dia como se fosse um treino de poucas horas durante a semana. Na próxima você se sente mais cansado e tenta encontrar um grupo que o leve, mas, aos poucos, percebe que as baterias estão acabando e, quando chega a última serra do dia, você está usando a marcha mais leve que tem em subidas que você normalmente subiria melhor e até câimbras te acompanham na parte final.

Se você se identifica com essa história, o medidor de potência pode ajudá-lo a evitar que essa situação se repita, atuando com um anjinho da guarda que sussurra ao ouvido o ritmo que devemos manter.

Obviamente, para usar o medidor corretamente, devemos primeiro ter uma referência de quais numeros de potência somos capazes de mover e por quanto tempo. Para isso, o habitual é realizar um teste de 20 minutos para estabelecer as áreas de trabalho, embora, como não seguimos um plano preciso, a experiência do dia-a-dia seja suficiente, olhando para as médias que obtemos nos nossos percursos habituais, nos dados que obtemos nas nossas subidas habituais ou simplesmente simulando um percurso semelhante ao da prova que vamos fazer.

Com essas informações presentes, o segundo passo é ficar atento aos números que aparecem na tela. No início da prova que descrevemos antes, as forças de todo mundo estão intactas e quando começamos a subir ou vamos junto em um grupo, é provável que o ciclocomputador marque números mais altos do que nossos testes nos dizem que temos que manter.

Por mais que nos custe deixar um grupo ir, temos que estar conscientes de que esse não é o nosso ritmo e ficar atentos aos dados do medidor. Se formos disciplinados e prestarmos atenção aos números, com certeza o final da prova será bem diferente quando você começar a pegar ciclistas que estavam com você no início, foram muito à frente e na parte final mal conseguem seguir o ritmo.

Conhecer-se melhor

Para além da boa gestão do ritmo ao longo dos percursos que os watts nos permitem, a utilização do medidor gera um feedback constante com o qual interpretamos de forma mais eficaz as sensações que temos na bicicleta. Sem nos deixarmos levar pela euforia daqueles dias em que nos sentimos fortes, mas, uma vez vistos os números, não refletem um desempenho superior ao habitual, ou pelo contrário, quando as sensações são de estar sofrendo e se arrastando, mas na realidade os números estão como deveriam. Assim podemos ser mais objetivos e não cair no desânimo quando estamos sofrendo até o limite em uma subida. Esse autoconhecimento também será útil quando andarmos de bicicleta sem medidor de potência e pudermos confiar com mais precisão nas sensações para estimar que estamos no ritmo certo.

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